segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Mudo

Quando se passa o horizonte, o sol não brilha apenas esconde a visão. Quando estamos mortos, é mais fácil do que quando estamos vivos. Quando não há silêncio tudo parece torturante. A quem devo responder? Tantas pessoas, quase todos sem importância e quase todos desnecessários e mesmo assim... Ignorar? O dizer não, e o dizer sim, a música, o sacrifício, esquecimento. Ah, se só houvesse silêncio... Tudo quieto, como no principio ou como no espaço. Sem palavras, apenas as formas de expressões que nos tocam mais e são capazes de expressar a suprema contradição do humano. Como rosas de pedra, como a morte para a vida, como a salvação. Talvez a vida se convertesse na filmografia de Chaplin, bastaria repintar ou extrair a natureza. Sem buscas fúteis e sem desejo de dias de palco lotado. Apenas um eterno ouvir a nós mesmos até que ouçamos o morrer. Tão fácil, tão tedioso, rotineiro. Não é seguro ouvir a si mesmo, pois nossa verdade deve sempre ser distorcida. O silêncio é quase o veneno perfeito. O silêncio cria e mata artes e perturba a si mesmo.