Cap. 38 Manco
Algumas perguntas parecem as vezes foram de ordem para mim. Tais perguntas soariam mais interessantes com uma resposta que fosse inesperada.
Vida eterna? A morte é eterna, a vida é o único momento em que...
A frase certa, como se h0uvesse, é que outra coisa diferente da única vida conhecida não será vida.
Não vejo muita razão nas perguntas espirituais quando poucos se perguntam: "Há vida depois do Amor?"
Pessoalmente acredito que nos tornamos cachorros mancos. O fruto não colhido.
E como se houvesse certezas, certo e errado, e qualquer contradição explica-se mesmo sem querer.
O manco trafega na rua e na rua ele trafega. A imagem é feia. E se ele estivesse no Jardim Botânico? A pena, a repulsa. O não colhido perde seu propósito com o não, ou o chão?
E quanto a não existência ou seria a morte antes da vida? Tanto faz, tanto faz. Se infinitamente buscarmos respostas, o universo replicará que as coisas são porque são, reduzindo-nos a ser apenas parte de uma estrutura mecânica. Mas a questão nos faz esquecer do que é fato. O importante é esquecer palavras como importância.